20/02/2012

Beja foi mais um passo forte na construção deste movimento

A sessão de apresentação do Manifesto decorreu no Espaço D'os Infantes, no centro de Beja, numa gelada noite de Fevereiro. Pedro Penilo apresentou em traços gerais o Manifesto. Intervieram: Paulo Ribeiro, músico; André Gregório, arqueólogo; António Revez, actor e encenador, da companhia de teatro Lêndias d' Encantar; Cristina Taquelim, mediadora de leitura e directora do Festival Palavras de Andarilho; Paulo Monteiro, autor de BD e director do Festival Internacional de BD de Beja; Jorge Feliciano, encenador e escritor para teatro, do Teatro Fórum de Moura; Fátima Alegria, professora; Miguel Quaresma; Manuel Nobre, autarca; João Correia, fotógrafo; Jorge Serafim; Rui Gaibino, biólogo; e Susana Correia, arqueóloga.


Lisboa, outra vez!

Novas do manifesto que quer ser movimento





Manifesto em defesa da Cultura, apresentado publicamente em Lisboa, a 15 de Dezembro de 2011, tem feito o seu caminho e alarga lentamente o seu raio de acção, com novos subscritores, novas vontades e nova dinâmica.

Nunca foi, desde o início, intenção fazer dele um abaixo-assinado. Primeiro que tudo, foi uma posição política ante o precipitar de novos e ainda mais perigosos desenvolvimentos de uma orientação política de destruição do tecido cultural do país, da sua iniciativa e da garantia de serviço público por parte do Estado, como o determina a Constituição da República. Esse primeiro intento foi conseguido, logo com a sessão de apresentação e a relativamente extensa cobertura mediática de que foi objecto aquiaqui e aqui, para dar apenas alguns exemplos. E também aqui.

Surgiu também da necessidade e da compreensão de que é imperiosa a activação de um movimento em toda a sociedade portuguesa, que tome a cultura como bandeira sua e faça da defesa da cultura também a sua luta. Compreensão, portanto, de que este não pode ser apenas mais um protesto de artistas, invetigadores e técnicos, mas uma iniciativa de cidadãos para cidadãos. É nesta compreensão que reside o traço distintivo deste manifesto.

Finalmente, ele surge como impulso para a acção. Queremos que cada subscritor seja um combatente neste combate comum.

O Manifesto em defesa da Cultura estende-se agora a outros pontos do país. Foi apresentado no passado dia 3, em Évora, numa sessão de sala cheia de gente entusiasmada

Seguiu-se a apresentação em Beja, uma sessão carregada de intervenções de grande qualidade. Segue-se a apresentação em PortalegreUm novo encontro do Manifesto em Lisboa terá lugar no Adufe Bar, quinta-feira, dia 1 de Março, às 19 horas.

Além do blogue do Manifesto em defesa da Cultura, contamos ainda com uma página no Facebook. Estes instrumentos de comunicação estão abertos aos vossos contributos: textos, imagens ou outras formas de exprimir as razões porque integraram este Manifesto.

Estamos a produzir testemunhos de subscritores, em vídeo. Estão alojados no You tube esteesteeste e este.

Estamos nitidamente a entrar numa fase de transição da “estrutura” de Manifesto assinado para algo de mais dinâmico e a que podemos chamar um movimento.  Para  discutirmos o lançamento desta nova iniciativa, e continuarmos a analisar a apagada e vil tristeza,  que os mandaretes da cultura vão tecendo, convidamos todos os actuais subscritores do manifesto e aqueles que o pretendam  subscrever,  para nos encontrarmos nas assembleias que se seguirão.

O Tempo de  pôr fim a este rumo de desastre é o tempo de Hoje. Tempo de protesto e de recusa. Tempo de mobilização  de toda a inteligência, de toda a criatividade, de toda a liberdade , de toda a cólera contra uma política que chama “austeridade”  à imposição de um brutal retrocesso histórico. Defender a cultura é umas das mais inadiáveis formas de fazer ouvir todas as vozes  acima  do medíocre ruído dos “mercados” Manifestamo-nos em defesa da cultura. E agiremos em conformidade.

07/02/2012

Évora: o Manifesto cresce e alarga-se




















Os subscritores do Manifesto em defesa da Cultura realizaram, na sede da Associação Povo Alentejano, no dia 3 de Fevereiro, uma sessão pública de apresentação dos objectivos do Manifesto. Cerca de 60 pessoas participaram nesta iniciativa que teve uma importante participação de associações, criadores, produtores e fruidores de Évora e de outras cidades da região, como Beja e Portalegre. Para além da contestação aos cortes impostos pelo actual governo à Cultura, a afectação de 1% do PIB para a Cultura afirmaram-se como motivos de luta e reivindicação a levar por diante.

Esta sessão contou com a participação de Pedro Penilo, artista plástico, Manuel Gusmão, poeta e ensaísta, Helena Serôdio, professora do ensino superior e crítica de teatro, Helena Zuber, economista e gestora cultural e José Russo, actor e encenador, primeiros subscritores do Manifesto.

As políticas dos vários governos têm constantemente discriminado o Alentejo. Também a política da actual gestão da Câmara Municipal de Évora, pelo ataque que tem vindo a fazer ao movimento associativo do concelho e, colocam muitas associações, produtores e criadores numa situação de agonia, por não honrar, desde 2009, o pagamento dos compromissos financeiros que assumiu.

Esta postura da Câmara Municipal antecipou, em Évora, as imposições e os ataques que hoje se vivem devido à intervenção da troika e do governo actual, com a imposição de um corte de mais 38% ao que estava contratualizado com as estruturas ligadas às artes.

Neste quadro, apontou-se a criação de um movimento de acção política e cívica em defesa da Cultura. A acção traduzir-se-á na afirmação de um projecto de políticas culturais alternativas que se oponha resolutamente (com ideias e com convicções) àquele que tem sido conduzido pelas políticas neo-liberais das últimas décadas. É necessário descentralizar e, simultaneamente, unificar o esforço no sentido de criar um Movimento pela Cultura que seja consequente, através de uma rede de contactos entre cidadãos que trabalham na Cultura mas também noutras áreas, e que estão mobilizados para fazer esta luta. É necessária a afirmação de ambição para o presente e para o futuro, mais além da solução de alguns problemas parcelares que dizem respeito aos artistas e aos agentes culturais. Trabalhar para que este processo envolva os artistas, os técnicos e o povo português em geral.

Por isso, a Cultura tem de ser afirmada como uma reivindicação popular básica, o que equivale a dizer que isoladamente ninguém conseguirá resolver os problemas da Cultura.

Este foi o desafio deixado a todos os presentes ficando bem claro que só com acções concretas e determinadas, onde a rua tem um papel determinante, será possível devolver a todos o direito à Cultura e à livre criação e fruição artísticas, factores determinantes para o desenvolvimento económico, social e cultural do país.